quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O DIA DE FINADOS E SEU SIGNIFICADO, DE ACORDO COM ALGUMAS RELIGIÕES PRATICADAS NO BRASIL.

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Protestantismo
Protestantes e evangélicos afirmam que a doutrina da Igreja Católica, que recomenda a oração pelos falecidos, é desprovida de fundamento bíblico. Segundo eles, a única referência a esse tipo de prática estaria em II Macabeus 12,43-46. Porém, os protestantes e evangélicos não reconhecem a canonicidade desse livro e nem a legitimidade dessa doutrina, uma vez que o Protestantismo não se submete às tradições católicas.

Segundo a interpretação protestante, a Bíblia diz que a salvação de uma pessoa depende única e exclusivamente da sua fé na graça salvadora que há em Cristo Jesus e que essa fé seja declarada durante sua vida na terra (Hebreus 7.24-27; Atos 4.12; 1 João 1.7-10). Após a morte, a pessoa passa diretamente pelo juízo (Hebreus 9.27), e vivos e mortos não podem comunicar-se de maneira alguma (Lucas 16.10-31).
Os protestantes aproveitam o Dia de Finados para lembrar das coisas boas que os antepassados deixaram, como o legado de um caráter idôneo, por exemplo. Mas entendem que as pessoas precisam ser cuidadas enquanto estão vivas. Após a morte, nada mais resta senão o juízo.

Budismo
Kelsang Geden é monge budista há 16 anos e ministra aulas no Centro Kadampa, em Campinas. Segundo ele, na religião budista, a morte significa o começo de uma próxima vida e, por isso, ela é apenas uma passagem, onde não importa o que aconteça com o corpo da pessoa, mas ela terá um recomeço.

"Então, a vida, no fundo, para nós não acaba. Nós budistas nos preparamos pra hora da morte. Tentando morrer de maneira calma, serena e manter uma mente serena na hora da morte”, afirmou Kelsang Geden.

Católicismo
No caso da religião católica, é trabalhado o princípio da ressureição. De acordo com o padre Antonino Fernandez, da Igreja de Santo Antônio, no bairro Ponte Preta, não é possível ser cristão se não acreditar que existe outra vida. Ele ainda afirmou que "Cristo ressuscitou com a premissa de que todos que creem também vão ressuscitar".

"O Dia de Finados, para nós que cremos na ressurreição, é a recordação saudosa daqueles que amamos na vida, mas não é de desespero. Uma pessoa que não crê na ressurreição não pode ter uma alegria completa nesta vida, se tudo acabasse com a morte a vida seria muito triste. Para nós, o Dia de Finados não é um dia para ser lembrado como algo que foi definitivo, mas com uma saudade do passado e ao mesmo tempo para crermos que a nossa oração para os que se foram tem fundamento", explicou.

 Islamismo
O professor titular do Instituto de Biologia da Unicamp e presidente da Sociedade Islâmica de Campinas, Mohamed Habib, de 74 anos, afirmou que a morte para os muçulmanos é um término de uma fase rápida e de curta duração. Ao encerrar esse período, inicia-se a preparação para o processo de ressucitação no dia do juízo final, onde acontece a prestação de contas daquilo que aconteceu durante a vida.

"A qualidade da eternidade depende da qualidade de como nós passamos a nossa vida mundana aqui. Se for pelo bem ou pelo mal. Se for pelo bem, seremos então agraciados pela premiação e pela recompensa do divino. Se for uma passagem com base de erros, pecados e desrespeito ao próximo, aí teremos a penalidade (...). Na medida em que a pessoa tiver uma crença mais profunda, a dor da morte se torna mais reduzida", contou Habib, que também é presidente do Instituto da Cultura Árabe no Brasil.


Judaismo
Na religião judaica, a morte é encarada como uma passagem e um acontecimento natural, onde existe um processo de luto que não se fala de perda, mas sim de tudo o que a pessoa conquistou e foi durante a vida. A informação é do diretor religioso da Sociedade Israelita Brasileira Beth Jacob, Ricardo Puccetti. A sinagoga recebe cerca de 100 famílias para celebrar as festas judaicas, além de abrir uma escola para 15 crianças.


"O funeral no judaismo é feito de um dia para o outro, é muito rápido. A partir do momento que a pessoa é enterrada, contam-se 7 dias. O nome desse período é Shiva. Nessa período, a família fica em casa e não faz nada. As pessoas vão lá e todo dia e fazem uma oração chamada Cadish, que em nenhum momento fala de morte. Esse momento é mais uma conversa, tem mais o sentido de memória e não de uma coisa pesada", explicou Puccetti.


Espiritismo
O Centro de Estudos Espíritas Nosso Lar é um dos locais que promove a religião espírita em Campinas. Emanuel Cristiano, presidente da entidade, é médium e autor de livros psicografados. Para ele, no espiritismo não existe morte e o Dia de Finados não é celebrado por reconhecerem que a partida de alguém faz parte da vida e é um estado de transição para o espírito imortal.


"Os espíritas não cultivam essa data, porque para nós não há morte. Mas, aproveitamos as tradições para instruir e orientar as pessoas sobre a condição imortal do ser e de que a morte não nos separa definitivamente, e sim nos transforma para uma nova realidade”, disse o presidente do centro de estudos.






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