Protestantes e evangélicos afirmam que a doutrina da Igreja Católica, que
recomenda a oração pelos falecidos, é desprovida de fundamento bíblico. Segundo
eles, a única referência a esse tipo de prática estaria em II Macabeus
12,43-46. Porém, os protestantes e evangélicos não reconhecem a canonicidade
desse livro e nem a legitimidade dessa doutrina, uma vez que o Protestantismo
não se submete às tradições católicas.
Segundo a interpretação protestante, a Bíblia diz que a salvação de uma
pessoa depende única e exclusivamente da sua fé na graça salvadora que há em
Cristo Jesus e que essa fé seja declarada durante sua vida na terra (Hebreus
7.24-27; Atos 4.12; 1 João 1.7-10). Após a morte, a pessoa passa diretamente
pelo juízo (Hebreus 9.27), e vivos e mortos não podem comunicar-se de maneira
alguma (Lucas 16.10-31).
Os protestantes aproveitam o Dia de Finados para lembrar das coisas boas
que os antepassados deixaram, como o legado de um caráter idôneo, por exemplo.
Mas entendem que as pessoas precisam ser cuidadas enquanto estão vivas. Após a
morte, nada mais resta senão o juízo.
Budismo
Kelsang Geden é monge budista há 16 anos e ministra aulas no Centro Kadampa, em Campinas. Segundo ele, na religião budista, a morte significa o começo de uma próxima vida e, por isso, ela é apenas uma passagem, onde não importa o que aconteça com o corpo da pessoa, mas ela terá um recomeço.
"Então, a vida, no fundo, para nós não acaba. Nós budistas nos preparamos pra hora da morte. Tentando morrer de maneira calma, serena e manter uma mente serena na hora da morte”, afirmou Kelsang Geden.
Kelsang Geden é monge budista há 16 anos e ministra aulas no Centro Kadampa, em Campinas. Segundo ele, na religião budista, a morte significa o começo de uma próxima vida e, por isso, ela é apenas uma passagem, onde não importa o que aconteça com o corpo da pessoa, mas ela terá um recomeço.
"Então, a vida, no fundo, para nós não acaba. Nós budistas nos preparamos pra hora da morte. Tentando morrer de maneira calma, serena e manter uma mente serena na hora da morte”, afirmou Kelsang Geden.
Católicismo
No caso da religião católica, é trabalhado o
princípio da ressureição. De acordo com o padre Antonino Fernandez, da Igreja
de Santo Antônio, no bairro Ponte Preta, não é possível ser cristão se não
acreditar que existe outra vida. Ele ainda afirmou que "Cristo ressuscitou
com a premissa de que todos que creem também vão ressuscitar".
"O Dia de Finados, para nós que cremos na
ressurreição, é a recordação saudosa daqueles que amamos na vida, mas não é de
desespero. Uma pessoa que não crê na ressurreição não pode ter uma alegria
completa nesta vida, se tudo acabasse com a morte a vida seria muito triste.
Para nós, o Dia de Finados não é um dia para ser lembrado como algo que foi
definitivo, mas com uma saudade do passado e ao mesmo tempo para crermos que a
nossa oração para os que se foram tem fundamento", explicou.
Islamismo
O professor titular do Instituto de Biologia da
Unicamp e presidente da Sociedade Islâmica de Campinas, Mohamed Habib, de 74
anos, afirmou que a morte para os muçulmanos é um término de uma fase rápida e
de curta duração. Ao encerrar esse período, inicia-se a preparação para o
processo de ressucitação no dia do juízo final, onde acontece a prestação de
contas daquilo que aconteceu durante a vida.
"A qualidade da eternidade depende da
qualidade de como nós passamos a nossa vida mundana aqui. Se for pelo bem ou
pelo mal. Se for pelo bem, seremos então agraciados pela premiação e pela
recompensa do divino. Se for uma passagem com base de erros, pecados e
desrespeito ao próximo, aí teremos a penalidade (...). Na medida em que a
pessoa tiver uma crença mais profunda, a dor da morte se torna mais
reduzida", contou Habib, que também é presidente do Instituto da Cultura
Árabe no Brasil.
Judaismo
Na religião judaica, a morte é encarada como uma
passagem e um acontecimento natural, onde existe um processo de luto que não se
fala de perda, mas sim de tudo o que a pessoa conquistou e foi durante a vida.
A informação é do diretor religioso da Sociedade Israelita Brasileira Beth
Jacob, Ricardo Puccetti. A sinagoga recebe cerca de 100 famílias para celebrar
as festas judaicas, além de abrir uma escola para 15 crianças.
"O funeral no judaismo é feito de um dia
para o outro, é muito rápido. A partir do momento que a pessoa é enterrada,
contam-se 7 dias. O nome desse período é Shiva. Nessa período, a família fica
em casa e não faz nada. As pessoas vão lá e todo dia e fazem uma oração chamada
Cadish, que em nenhum momento fala de morte. Esse momento é mais uma conversa,
tem mais o sentido de memória e não de uma coisa pesada", explicou
Puccetti.
Espiritismo
O Centro de Estudos Espíritas Nosso Lar é um dos locais que promove a religião
espírita em Campinas. Emanuel Cristiano, presidente da entidade, é médium e
autor de livros psicografados. Para ele, no espiritismo não existe morte e o
Dia de Finados não é celebrado por reconhecerem que a partida de alguém faz
parte da vida e é um estado de transição para o espírito imortal.
"Os espíritas não cultivam essa data, porque para nós não há morte. Mas,
aproveitamos as tradições para instruir e orientar as pessoas sobre a condição
imortal do ser e de que a morte não nos separa definitivamente, e sim nos
transforma para uma nova realidade”, disse o presidente do centro de estudos.

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