GENTILEZA GERA GENTILEZA, SERÁ QUE ESTAMOS PREPARADOS PARA ISSO?

A partir do momento que o homem percebeu que já não estava só, começaram as rivalidades sociais.  Não aceitamos e nem enxergamos o outro em nossa vida. O individualismo é algo que está em nosso inconsciente, não o percebemos enquanto não fizermos uma terapia para pô-lo para fora, mas isso não é fácil, porque não o aceitamos, portanto não iremos buscar aquilo que para nós não existe.

Isso está tão preso à nossa consciência que não admitimos nem mesmo discutir o assunto e vamos acumulando sofrimentos, até que um dia explodimos. Um indivíduo nasce em uma família de classe média formada por quatro irmãos. A partir do momento que ele se vê fora do útero da mãe,  já se apossa dela, não a divide com nenhum outro irmão e seus irmãos por também serem egoístas, criam ciumes dele, pois esse indivíduo veio para lhes roubar a mãe, que lhes pertencia até então.

Esses conflitos, às vezes extrapolam até à vida adulta. Muitos irmãos andam juntos, vão à festas, mas no fundo um acha que o outro é melhor que ele, ou está lhe passando para trás, lhe tirando as oportunidades que seriam suas. Existe sempre aquele amor e ódio entre as pessoas, que, se perguntado será negado por todos. Se isso acontece em família, imagine em outras situações, como local de trabalho, comunidade religiosa, partido político e outros tantos. 

O homem é o pior inimigo do homem, principalmente dele próprio. Muitos veem no outro aquilo que ele não consegue ser, está sempre culpando alguém pelo seu fracasso e nunca elogiando, ou agradecendo pelo sucesso, considerando sempre, que o mérito é único e exclusivo dele. Precisamos aprender a valorizar o outro, pois todos nós estamos aqui para nos ampararmos, caminharmos juntos sem mágoas e com o único objetivo, a felicidade coletiva.

Ao longo da vida, desde criança, estamos ouvindo que o mundo é uma guerra, que só sairá vencedor o mais forte, aqui no Brasil, o mais esperto. Aí desde cedo a criança vai formando seu conceito de vida próspera, evitando se unir a outrem para ajudar e ser ajudado. Assim forma-se a sociedade atual.

Mas isso pode mudar, desde que passemos a olhar mais para dentro de nós, expulsando aqueles monstros que criamos desde a infância, que nos orienta a não sermos solidários, não pedirmos orientação ao próximo, não ajudar, porque senão o outro se sai melhor que nós. Há inclusive o relato de um repórter que fazia uma matéria sobre gentileza no trânsito, quando um motorista impediu que o outro saísse do estacionamento para pegar a via. O repórter perguntou, por que ele fez aquilo, impedindo que o outro saísse do estacionamento e ele respondeu: "se eu deixar, ele vai na minha frente e vai me atrasar". Certo dia eu estava na fila do supermercado, à minha frente um jovem aparentando 25 anos, com um pacote na mão. Quando da sua vez, ele fez sinal para a esposa, que estava na outra fila, com um carrinho super cheio e ela veio para junto dele. Aí eu o questionei e ele me respondeu: "meu pai ia ao supermercado e levava os três filhos, colocava um em cada fila e o que chegasse primeiro passava as compras, foi assim que eu aprendi e faço hoje com a minha família. Então, foi o que eu disse acima, estamos repetindo atos que estão em nosso inconsciente, ou mesmo, nesse caso, em nosso consciente e vamos formando uma sociedade egoísta, revanchista e nunca gentil. 

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