terça-feira, 9 de agosto de 2022

ÓLEO DE AVESTRUZ AMAZON STRUTHIO VENDIDO EM UBERLÂNDIA

O suplemento alimentar Óleo de Avestruz Amazon Struthio oferece uma composição rica em ácidos graxos, vitaminas e alquilgliceróis. Desenvolvido para auxiliar no fortalecimento do sistema imunológico, o produto pode reduzir dores e concentrações de colesterol e triglicerídeos no sangue. Rico em ômegas 3, 6, 7 e 9, ele conta ainda com a presença de vitamina A, vitaminas do complexo B e vitamina D3. Confira a seguir quais são suas ações: Alquilgliceróis Encontrados apenas no leite materno e fígado de algumas espécies de tubarão, eles fortalecem o sistema imunológico e auxiliam na desintoxicação de metais pesados Ômega 3 Sua atuação no cérebro contribui para a manutenção das funções cognitivas e transmissão de impulsos nervosos. É considerado o mais importante entre os ômegas Ômega 6 Atua na formação de membranas celulares, retina, síntese hormonal e funcionamento do sistema imunológico. Não é produzido pelo organismo, por isso deve ser consumido na alimentação e suplementação Ômega 7 Ajuda a equilibrar os níveis de colesterol e açúcares no sangue, reduzindo o risco de doenças como diabetes. Essencial para a pele, auxilia na hidratação e aumento da elasticidade Ômega 9 Anti-inflamatório, previne doenças cardiovasculares, envelhecimento precoce e alguns tipos de câncer. É um ácido graxo facilmente metabolizado Vitamina A Atua no crescimento, visão, formação dos dentes, colágeno e na renovação celular. Antioxidante, ajuda a combater a acne, úlceras, periodontite e melhora a imunidade Vitaminas do complexo B São responsáveis pela renovação das células e pela produção da energia que o organismo usa para se manter saudável e em equilíbrio Vitamina D3 Atua na absorção de cálcio e fósforo, prevenindo problemas ósseos e fraturas. Também ajuda prevenir doenças como diabetes e age contra radicais livres que favorecem alguns tipos de câncer, como o do reto Pode auxiliar ainda no processo de perda de peso, metabolizando a gordura presente no organismo e estimulando sua queima. Ele deve ser ingerido aliado à hábitos saudáveis e alimentação balanceada, sendo capaz até mesmo de reduzir os sintomas da menopausa. Disponível em embalagem com 35mL e 60 cápsulas. Engorda? Polivitamínicos, nutracêuticos e nutricosméticos não são capazes de causar o aumento de peso sozinhos. Porém, não é impossível que uma pessoa engorde durante o período que utiliza o produto. Isso pode acontecer por vários fatores: O produto não está sendo administrado da maneira correta (de acordo com as indicações de uso); Não há a realização de uma dieta equilibrada nem da prática de exercícios; Existência de outros problemas de saúde que podem fazer com que haja o ganho de peso. Por isso, o indicado é sempre procurar um médico ou especialista antes de fazer uso de qualquer substância. Só um profissional é capaz de entender qual o motivo real do seu aumento de peso e indicar a quantidade certa de polivitamínicos, nutracêuticos e nutricosméticos para cada caso. Qual o melhor horário para tomar suplementos? É sempre importante ingerir suplementos vitamínicos junto das refeições grandes, como o almoço ou jantar, pois os alimentos ajudam na melhor absorção das substâncias do produto. Com isso, tome sempre junto dos alimentos, com água ou outros líquidos. Porém, é necessário verificar as instruções de consumo do fabricante e também seguir as orientações de médico ou médica responsável. Como tomar Gotas Recomenda-se ingerir metade do seu peso em gotas, ou seja, se você pesa 60kg, a quantidade de gotas a ser ingerida é de 30. Ingerir 10 gotas antes ou após as principais refeições, divididas em 3 ocasiões do dia, de acordo com recomendação médica ou de nutricionista. Cápsulas Recomenda-se ingerir 6 cápsulas ao dia, separadas ou juntas, conjuntamente com as principais refeições conforme recomendação médica ou de nutricionista. Advertências Não ingerir em caso de hipersensibilidade (alergia) a algum dos componentes da fórmula. Gestantes, nutrizes e crianças de até 3 anos somente devem consumir este produto sob orientação de médico ou nutricionista. Consulte seu(sua) médico(a) ou nutricionista antes de fazer o uso de suplementos. Não exceder a recomendação diária. Conservar em local seco e arejado, protegido da luz e da umidade. Manter fora do alcance de crianças e animais. Sempre seguir as instruções de uso. As informações estão sujeitas a alterações. Sempre verifique a embalagem antes de consumir. Imagens e embalagens sujeitas a alteração sem aviso prévio. “O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: NÃO EXISTEM EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS COMPROVADAS DE QUE ESTE PRODUTO PREVINA, TRATE OU CURE DOENÇAS.”

quinta-feira, 21 de abril de 2022

FOZ DO IGUAÇU

Foz do Iguaçú é uma cidade maravilhosa do Estado do Paraná. Faz fronteira com a Argentina e Paraguai. Os brasileiros gostam desta cidade, pois, é a opotunidade de conhecer os costumes dos nossos vizinhos argentinos e paraguaios. Estivemos lá por dez dias, o bastante para conhecermos as belezas daquela terra, como se vê por estas poucas fotos. Nosso apatamento estava bem perto da Ponte da Amizade, que liga os dois países, cerca de seis quilometros de distância. Aproveitamos bastante, pela segunda vez que ali estivemos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

UM MENINO QUE ALMEJAVA UM FUTURO PROMISSOR

Francisco José Cardoso era um garoto cheio de ideias para o futuro. Nascido em Portugal, filho único de um pedreiro e uma dona de casa, sem tios, nem avós, pois quis o destino que, numa trágica noite de domingo, sua região fosse devastada por uma terrível tempestade, com ventos de mais de 100 km/hora, levando à morte muitos moradores, dentre estes seus avós maternos e paternos e dois tios, irmãos de seu pai. Sua família naquele fatídico dia se salvou por milagre de Deus, pois, a casa onde moravam ficou ligeiramente danificada por tratar-se de uma construção muito bem feita, com estrutura capaz de resistir a um furacão, obra do seu pai, que com isso ficou famoso na região, quebrando o ditado de que “casa de ferreiro, espeto de pau”. Tendo se safado da tempestade, Francisco colocou em sua mente que um dia sairia de Portugal e iria para o Brasil, um país decoberto por portugueses, na América do Sul, para onde muitos patrícios estavam se mudando, inclusive com apoio da Coroa. Pensava ele sair um dia com sua família e instalar-se além-mar para um futuro de conquistas e progresso, numa terra fértil que precisava de mãos fortes para o trabalho. Em seus momentos de devaneios pensava em ter um pedaço de terra para que seu pai pudesse cultivar algumas plantas e criar animais como, gado, porcos, galinhas e outros típicos da região tropical na América do Sul. Sabia que seria difícil convencer seus pais, que tinham medo do mar, pois as histórias de naufrágios com perdas de vidas, eram muito comuns entre os portugueses da época. Francisco treinava sozinho os argumentos que usaria para convencimento de seus pais, mas sabia que era uma luta muito difícil de ser vencida. No domingo, como de costume, a família colocou a melhor roupa para ir à missa na Igreja da comunidade. Na Igreja Francisco orou a Deus pedindo que lhe desse coragem e capacidade para convencer seus pais a deixarem Portugal, para serem felizes no Brasil. Chegando em casa, almoçaram e Francisco, aproveitando o momento, pediu permissão para uma longa conversa que gostaria de ter, em família, sobre a mudança para o Brasil, que, segundo ele, deveria ser antes do final do ano, para não chegarem no outro país em época de chuvas, pois já havia pesquisado na escola o clima brasileiro e visto que o melhor momento para se mudar seria de março a agosto, época de poucas chuvas e temperatura mais amena. Seus pais, mesmo não tendo nenhum interesse em sair de Portugal, autorizou o garoto a apresentar seus argumentos sobre essa loucura, que se instalou em sua cabeça. Terminado o almoço dominical, após a tradicional cesta, Francisco se reuniu com os pais para falar sobre a possibilidade de se mudarem para a América do Sul. Trouxe um caderno com todas as anotações que fizera em pesquisas, na biblioteca da escola, que não era vasta, mas servia para visão mais ampliada do que poderia acontecer quando chegassem ao destino final. Falou sobre o povo que compunha a população local, formada por europeus, negros escravos e índios, que viviam em reservas cuidando de suas vidas como fazia há séculos. Disse que os portugueses tentaram usá-los como mão de obra, mas eles não gostam do tipo de trabalho do homem branco, preferem continuar na floresta vivendo de caça e pesca, além de plantações de algumas espécies, como milho e mandioca. Disse que no Brasil tudo que se planta dá, conforme relato de Pero Vaz de Caminha, escrivão de Cabral na expedição do descobrimento, que teve registrado o primeiro documento escrito em solo brasileiro, mas para plantar tem que ter gente interessada, coisa muito rara, por isso o uso de escravos africanos e incentivos para que os portugueses também se mudem para lá. Fez uma explanação digna de um professor, para convencer seus pais, dizendo inclusive, se vendessem tudo que tinham em Portugal poderiam chegar ao Brasil com um bom dinheiro, suficiente para começar qualquer coisa, pois as terras estavam sendo oferecidas gratuitamente a quem quisesse trabalhar e produzir. Mesmo tendo se esforçado para convencer seus pais, no final o velho disse: você está bem-informado sobre o Brasil, mas nós já estamos velhos para uma aventura desse tipo, vamos continuar aqui até o final de nossas vidas e você, continuará conosco até completar maioridade, quando terá condições de decidir sobre sua vida, porque hoje nós ainda somos seus responsáveis, não falaremos mais sobre esse assunto. A frustração era notória em seu semblante, porém não se sentiu derrotado, um dia iria embora para fazer fortuna na América do Sul. Passou o resto do domingo amargando sua derrota, mas tentando encontrar uma forma de ir embora antes de completar dezoito anos, pois tinha pressa para atingir seus objetivos em novas terras. Continuou suas pesquisas, mesmo trabalhando duro com seu pai na construção de casas, visto que depois da tempestade tudo teria que ser refeito, inclusive os prédios públicos e algumas Igrejas. Como não teria ninguém da família na embarcação, Francisco decidiu embarcar clandestinamente. Nos seus quatorze anos o que não faltavam eram ideias para se sair bem de situações difíceis, porém não se informou sobre os documentos que deveria portar para o embarque no navio. Misturando-se aos demais passageiros, Francisco conseguiu entrar no barco sem passar pela fiscalização e nem ser percebido por nenhum guarda. O menino havia conseguido sua primeira vitória. Já dentro do barco, radiante de alegria aproximou-se de um senhor, que poderia ser seu pai, fazendo amizade, pois poderia precisar dele em alto mar. Muito seguro de si, Francisco contou sua história, sendo acolhido e protegido durante a viagem, pois naquelas alturas, nada poderia ser feito para devolvê-lo à família, o barco já estava em alto mar. Durante a travessia, algumas tempestades fizeram medo aos passageiros e tripulantes, porém, com habilidade, o capitão conseguiu segurar o barco e vencer as tormentas, que não foram poucas. Em uma delas, já próximo à costa brasileira, foi necessário jogar algumas coisas para aliviar o peso e o barco não afundar. Nesses momentos Francisco lembrava do seu velho pai, que em horas de tempestades, fazia uma oração para Santa Bárbara, logo em seguida a tempestade se acalmava. O barco, naquela época levava cerca de um a dois meses para atravessar o Atlântico e chegar à costa brasileira. As condições da viagem eram precárias, pouca comida, pouca água, nenhuma condição de higiene, sem médico e medicamentos, odor forte e infestação de ratos e insetos. O espaço para passageiros e tripulantes era mínimo, apenas o Capitão tinha uma cabine particular. Isso facilitava para Francisco, o clandestino. Após conseguir sair de Portugal, sua única preocupação era com a chegada ao Brasil. Como faria para desembarcar, se era menor de idade e não tinha ninguém para representá-lo. Mas já tinha uma carta na manga. Se tivesse problema no desembarque, pediria ajuda ao amigo que conseguiu durante a viagem. Francisco com apenas 14 anos, era um rapaz com bom porte físico, graças ao trabalho de ajudante de pedreiro que fazia com seu pai, um mestre na construção civil em sua terra. Chegada ao Brasil. Os sonhos de Francisco estavam prestes a se concretizarem, mas existia em seu peito uma preocupação - como desembarcar, se era clandestino? Assim que o barco ancorou, Francisco se misturou com os outros passageiros, na tentativa de descer como subiu, clandestinamente, mas sem perder de vista o amigo de viagem, pois, se necessário diria que era seu filho. Assim seguiu o plano, entretanto, no desembarque todo passageiro precisa se identificar para registro de entrada de imigrante no país. Chegando sua vez de se apresentar, Francisco não sabia o que fazer, então usando de astúcia, apontou seu amigo como sendo seu pai, o que gerou expectativa, pois até então eram apenas amigos. De pronto, seu anjo da guarda se apresentou e confirmou a versão de Francisco, entretanto, disse ser o pai adotivo do rapaz, porém, o oficial da imigração pediu os documentos comprobatórios. As malas foram reviradas em busca dos supostos documentos. Não os encontrando, disse, que provavelmente os documentos foram perdidos logo após o embarque. Como não havia alternativa para o desembarque do garoto, o oficial mandou que fizessem o registro de adoção naquele momento, o que foi feito e Francisco pode desembarcar sem problemas. Após estar em terra firme, Francisco levou uma bronca do seu suposto pai adotivo, que lhe disse: você poderia ter me colocado em situação difícil, até mesmo ser acusado de sequestro de menor, apesar de tudo isso gostei de você, só não o levo comigo, pois também vou depender de sorte e de pessoas de bom coração que possam me ajudar.Se despediram com uma certa tristeza com um abraço fraternal, desejando sorte mutuamente, cada um seguiu para um lado, para nunca mais se encontrarem. Quando Francisco se viu sozinho, lembrou do documento de adoção feito pelo seu amigo momentos antes, que poderia lhe ser útil algum dia, mas, olhando ao redor, seu amigo já tinha desaparecido. Era tudo que ele queria, ter uma nova vida em terras brasileiras, ser feliz e um dia poder visitar seus pais em Portugal. Quando saiu do porto do Rio de Janeiro e entrou em contato com a cidade, ficou em êxtase com tanta beleza. As paisagens do Rio de Janeiro eram lindas, o verde das montanhas era diferente de tudo que seus olhos já haviam visto até aquele dia. As praias eram calmas e de uma beleza ímpar. Nas ruas próximas ao Porto, muita gente caminhava de um lado para o outro, alguns carregavam malas, outros empurravam carroças transportando mercadorias e outros, como Francisco, levavam apenas uma sacola com roupas e não sabiam o que fazer. Ao avistar uma padaria, entrou e pediu um sanduiche, pois não havia comido nada até aquele momento desde o desembarque. Por sorte, o dono da padaria tinha sotaque lusitano, o que lhe encorajou a pedir informações. Contou sua história para o português, que se preocupou com o garoto, sem antes lhe passar um sermão, como pai, que deveria ser. Disse que iria ajudá-lo a arranjar um trabalho e um lugar para ficar, até que as coisas se ajeitassem. Chamou um de seus criados para acompanhar Francisco até a casa de um português que estava construindo um prédio para o Governo, ali mesmo na região portuária, a quem enviou um bilhete junto com o seu criado. Lá chegando, o criado entregou o bilhete e apresentou Francisco, voltando imediatamente para a padaria. O bilhete foi lido e um longo interrogatório foi feito a Francisco. O agora seu patrão lhe disse que iria empregá-lo, deixar que dormisse em um quartinho da obra, onde outros rapazes já moravam, inclusive podendo se banhar e comer ali mesmo, pois a obra era grande e deveria ter serviço para mais de quatro anos. Era tudo que Francisco precisava para se firmar no Brasil. Seu trabalho de ajudante de pedreiro lhe dava o direito de comer e dormir, porém, ele queria mais. Aprendeu rapidamente a profissão de pedreiro, sendo oficial com apenas dezessete anos de idade, coisa rara naquela época. Já havia completado 18 anos, era homem formado. Terminada a obra que lhe deu a chance de trabalhar no país que escolhera para sua nova pátria, Francisco foi falar com o português que lhe contratara, primeiro para agradecer a oportunidade, segundo para lhe informar que iria buscar outras cidades onde pudesse continuar sua profissão de pedreiro. Um colega lhe disse que iria trabalhar numa obra na cidade de Valença, um município próximo do Rio de Janeiro. No município de Valença e arredores, Francisco fez muitas casas e algumas Igrejas, transformando-se em mestre de obras. A partir daí sua renda cresceu e os trabalhos estavam cada vez mais abundantes, a ponto de ele não dispor de tempo suficiente para acompanhar todos que apareciam, já era um empresário, pois agora contratava pedreiros e ajudantes para tocar as obras, sendo ele apenas o administrador. Francisco levava uma vida tranquila, ganhava muito dinheiro como mestre de obras, construindo, principalmente Igrejas Católicas e prédios públicos, o que lhe dava prazer, visto que assim não dispunha de tempo para pensar em sua vida pessoal. Aos domingos, Francisco colocava terno e gravata e ia às missas na Igreja próxima de onde morava. Jovem, alto, olhos azuis, Francisco era observado pelas moças da comunidade, mesmo porque ia às missas muito bem-vestido e elegante. Entretanto, a ausência dos pais em sua juventude, a falta do convívio familiar, pode ter-lhe marcado muito, pois, andava triste, não tinha amizades, apenas alguns poucos amigos da área da construção civil e alguns vizinhos da chácara comprada recentemente, onde mantinha plantação de algumas hortaliças que já conhecia, podendo orientar seus agregados de como cuidar de tudo. Francisco não pensava em comprar escravos, pois achava isso maldade do homem sobre seus semelhantes, mesmo porque a abolição já se avizinhava, muitos escravos já tinham recebido cartas de alforria e outros haviam fugido para formarem quilombos em matas e terem vida própria. Francisco via a vida passar, suas economias crescendo, mas não via sentido, ou perspectiva para o futuro. Sua família em Portugal nunca respondeu suas cartas, talvez nunca as tenha recebido, então Francisco tomou uma decisão, procurar uma moça, casar e constituir família aqui no Brasil. Francisco, como todo rapaz da sua idade, nos finais de semana saia para passear pela cidade. Na Igreja, em momentos de descontração, procurava se aproximar das mocinhas, fazendo algumas perguntas para puxar papo, mas seu sotaque lusitano às vezes atrapalhava, porque as garotas nem sempre entendiam o que ele falava e por constrangimento saiam de perto e Francisco ficava a ver navios. A cidade de Valença, criada em 1823, na época, era uma vila, vivia de pequenos comércios e de atividades na área rural, com plantações e criação de gado. O Brasil ainda se recuperava da crise econômica oriunda da guerra com o Paraguai e as atividades na área rural necessitava de muitos escravos, que eram trazidos da África para plantação e colheita do café, produto que alcançava o mercado internacional. Francisco foi convidado a construir a sede de uma fazenda na área rural, comprada por um barão, próximo da cidade, o que lhe dava oportunidade de ir e voltar à noite para sua casa diariamente. Nessas caminhadas, ele passava dentro de uma aldeia indígena e ficava observando aquele povo, que, para ele, era muito estranho. Pele morena queimada do sol, cabelos negros, lisos e longos chamavam a atenção de Francisco, principalmente porque andavam praticamente nus. Nesse vai e vem diário, Francisco começou a observar uma das meninas, que também dava uma esticada de olho para ele. Certo dia criou coragem e foi conversar com o cacique, com a desculpa de beber água na mina. Foi bem recebido, porém, com desconfiança pelo cacique, afinal o homem branco era invasor de suas terras, estava tomando o seu país, sem nada lhe dar em troca. Puxou conversa e aos poucos foi ganhando a confiança do índio, até que criou coragem e perguntou sobre a garota pela qual estava interessado. O cacique então chamou o pai da menina e os deixou conversando. Francisco então falou de sua vida, sofrida, por viver sozinho em um país estranho, mas que ele gostaria de se tornar brasileiro casando-se aqui e tendo uma família brasileira. O índio pai, então lhe disse, as moças da tribo só se casam com índio e que sua filha já estava prometida a um índio desde quando os dois nasceram. Francisco demonstrou tristeza, mas não contestou a fala do pai de sua amada. Como ali era seu caminho diário, Francisco procurava sempre alcançar com o olhar a sua indiazinha pretendida. Ela da mesma forma, sabia a hora que Francisco passava e ficava por perto para dar uma espiadinha no seu amado. Um dia Francisco arriscou um sinal para que a indiazinha fosse ao seu encontro. Ela entendeu, pegou uma gamela de mandioca para descascar na beira do córrego, proximo da cachoeira e Francisco, muito esperto, dirigiu-se para o local. Por sinal, este local é hoje conhecido como a Cachoeira da Índia, um ponto turístico de Valença. Lá, com todo o respeito, conversaram e expressaram seus sentimentos, inclusive se identificaram, Francisco e Deolinda. Durante a rápida conversa a índia disse que para os dois ficarem juntos teria que ser contra a vontade da tribo e isso significaria ser esquecida pela sua família e nunca mais poderia voltar. Francisco pensou em sua situação, sozinho em um país estranho, sem contato com a família e sem documentos, ele praticamente não existia. Se fugisse com Deolinda a estaria colocando na mesma situação que ele, porém, os dois se gostavam, poderiam viver juntos e constituírem uma família. Mas, como era católico de nascimento, lembrou das pregações que o padre fazia sobre viver em pecado, sem a benção de Deus. Então no domingo seguinte, procurou o padre para confessar e contar o que estava acontecendo com ele e Deolinda. O padre pediu que Francisco lhe trouxesse seus documentos e pedisse a Deolinda para ir falar com ele. Francisco então se abriu com o padre, dizendo que veio de Portugal sem os documentos, por isso não os possuía e que perdeu o contato com sua família. O padre lhe disse que iria analisar o seu caso, prometendo uma resposta para a semana seguinte. Já no dia seguinte quando ia para sua obra na fazenda do Barão, Francisco fez sinal para Deolinda encontrá-lo na mina e ali contou tudo que conversou com o Padre e pediu que Deolinda fosse à Igreja para saber o que o Padre iria orientá-la. Deolinda ficou entusiasmada e durante a semana deu um jeito de ir falar com o Padre. Na Igreja, o Padre quis saber quais eram seus sentimentos em relação a Francisco e se ela estava disposta a enfrentar os problemas futuros, caso decidisse casar-se com Francisco. Deolinda disse que estava pronta para seguir em frente com ele, porque já não podia ficar longe dele por muito tempo. Então o Padre disse que iria combinar com Francisco para que providenciasse tudo para dentro de um mês eles pudessem se unir em casamento na presença de Deus. Ambos teriam que ser batizados, pois, nenhum deles tinha documentos hábeis para o casamento na Igreja. Deolinda então disse ao Padre que não poderia comunicar o fato aos seus familiares e que o casamento teria que ser no mesmo dia do batismo para que os dois saíssem juntos, casados, direto para a casa do noivo. O Padre concordou e prometeu providenciar tudo junto com Francisco e que ela seria avisada com antecedência, para que tudo saísse certo, de acordo com as leis de Deus. Deolinda voltou para a aldeia a espera do comunicado do Francisco para as providências necessárias. Tudo foi organizado pela Igreja e num sábado à tarde Francisco e Deolinda foram batizados e casados, cujo documento foi elaborado com as informações fornecidas pelo noivo. Por não ter trazido seus documento de Portugal, Francisco disse ter nascido em Madre de Deus de Minas, tendo como seus pais, José Maria Cardoso e Messias Maria de Jesus. Uma mentirinha que justificava o grande amor que sentia por Deolinda. O que ambos não sabiam éra que o Padre, usando de sua autoridade religiosa, comunicou o fato aos pais de Deolinda e quando os noivos sairam da Igreja, foram recebidos por um grande número de índios que os abençoaram com um ritual típico de sua tribo. Francisco e Deolinda viveram felizes na cidade de Valença, até que um dia, já com dois filhos, resolveram participar de uma caravana que ia para a Zona da Mata de Minas Gerais, onde tiveram mais filhos e novas histórias para serem contadas neste blog.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

E SE HOUVESSE UMA MÁQUINA DO TEMPO, VOCÊ VOLTARIA AO PASSADO, OU IRIA PARA O FUTURO?

Seria muito interessante uma máquina do tempo para podermos decidir o que fazer, voltar e corrigir o passado, ou, ir ao futuro para prepararmos o presente? Que dúvida cruel, pois, no passado fizemos coisas que poderiam ser evitadas, porém, se isso ocorresse muitas pessoas que estiveram conosco e nos deram prazer seriam alijadas de nossa vida e o amor pelas quais nutrimos e das quais recebemos, seria inesistente. Se fossemos para o futuro iríamos ver que o mundo pelo qual estamos passando, é o que nos foi reservado pelo Universo, é aqui e agora que temos de viver, entretanto, devemos pensar antes de qualquer atitude para no futuro não pensarmos no que deveríamos, ou não, termos feito neste momento. A vida é como uma viagem, tem começo, meio e fim. A paisagem que iremos ver ao longo dessa viagem só depende de nós, as estações onde iremos embarcar, ou descer, é uma escolha nossa, quem vai nos fazer companhia nessa viagem também depende de nossas escolhas. Às vezes somos instigados a escrevermos algo em algum momento, porque uma força invisível nos obriga, não nos permitindo recusar.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

COMEMORAR ANIVERSÁRIO É UM EVENTO QUE DEVE SER COMPARTILHADO.

Depois de tantos anos vividos temos que comemorar cada instante de nossa vida, pois, muitos não conseguiram chegar onde nós chegamos. Às vezes passamos por muitos perigos, acidentes, ou doenças e nos saímos vivos, portanto devemos agradecer por essas proezas, que são únicas e particulares. No dia 16 de outubro de 2021 passei quase todo o tempo em companhia dos meus familiares, filhos e netos, quando tivemos a oportunidade de um almoço em local escolhido por eles e à noite me fizeram uma surpresa em minha casa com pizza, refrigerante e um lindo bolo. Isso é o que nos faz sentir a importância da vida em família. Desde o início procurei mostrar aos filhos a importância de preservar o vínculo familiar, com respeito, amor e dedicação para que no futuro eles mantivessem isso em continuidade com seus filhos. Hoje só tenho a agradecer, pois, tenho filhos, netos e bisnetos, que valorizam a vida em familia, mostrando que os pais só ensinam com exemplos e isso me orgulho de ter feito.
Aos dezoito anos, não imaginava ter uma vida tão longa, mas com os ensinamentos ao longo dessa jornada, aprendi que o ser humano é capaz de tudo, desde que faça as escolhas certas. Na juventude aprendi alguns vícios, como fumar e de vez em quando uma bebida alcóolica, mas sem exagero. Aos quarenta anos simplesmente decidi parar de fumar, de uma vez, apesar de na época fumar três maços de cigarros por dia. Sou diferente de muita gente, quando decido uma coisa, é para valer e nunca volto atrás. Ás vezes me faço de cobaia, quando descubro um suplemento que pode ser útil à minha saúde, experimento, se der certo continuo e até ofereço para os amigos. Para encerrar, quero agradecer a todos aqueles que me mandaram felicitações pelo meu aniversário e sei que a maioria foi de coração, não uma coisa automática, mesmo aqueles com quem nunca tive contato fisico, apenas contato virtual. Muito obrigado a todos.