Fundação
Na noite de 17 de março de 1819 reuniu o vigário, na Matriz, todos os fiéis que o seguiriam. Na manhã do dia seguinte, após a missa, a caravana rumou para as bandas do Sapucaí. Eram os pioneiros da nova Matriz, que marchavam com a missão de fundar a "nova Itajubá". No dia seguinte, rumando todos para o alto do cômoro (morro, grande elevação de terra), o "Ibitira", segundo a denominação dos Puri-Coroados, o vigário se deslumbrou com o que viu. Não era preciso prosseguir a viagem. O local onde estavam lhe parecera excelente para a fundação do novo povoado e a sede da freguesia. Ali em meio a clareira aberta pelos desbravadores, foi construído um altar e o cruzeiro onde Padre Lourenço da Costa Moreira celebrou a primeira missa. Foi nesse altar erguido exatamente onde hoje se encontra a matriz da paróquia de Nossa Senhora da Soledade, que nasceu, em 19 de março de 1819, a atual cidade de Itajubá. Inicialmente esta foi denominada "povoado de Boa Vista".Em 1848 o povoado passou a vila, com o nome de "Boa Vista de Itajubá", e a partir daí foi criado o município. Em 1911, o município já se chamava simplesmente Itajubá. Antes mesmo da abolição da escravatura em 1888, todos os fazendeiros da região libertaram, de comum acordo, os escravos da região.
Itajubá é sede de Comarca com 3 instâncias. Sua jurisdição se estende aos municípios de Delfim Moreira, Marmelópolis, Piranguçu e Wenceslau Braz.
Os Irmãos Petit
Três moradores de Itajubá desapareceram na época da Ditadura. Os Irmãos Lúcio Petit, Jaime Petit e Maria Lúcia Petit, cerraram fileiras na Guerrilha do Araguaia. O mais velho, Lúcio, saiu das fileiras do Movimento estudantil Universitário, tendo contribuído com o Centro de Cultura Popular da UNE (CPC da UNE) e presidido o D.A EFEI de então. Jaime foi líder estudantil em Itajubá, sendo presidente da União Itajubense de Estudantes Secundaristas (UMESI). Os três, integrantes do PC do B, "desapareceram" após confronto com as forças militares, junto com os diversos militantes desse movimento guerrilheiro. Atualmente quem passar pela alameda que contorna a sede do D.A. EFEI, vai encontrar o Centro Cultural Jaime Petit, que leva esse nome sua homenagem. O nome dos três pode ser encontrado na lista de desaparecidos pelo Regime Militar Brasileiro, no livro Brasil Nunca Mais ou no Projeto ORVIL.Itajubá comete falta grave com a sua história e a do Brasil. Perdemos 3 irmãos na guerrilha do Araguaia. Maria Petit foi assassinada com tiro a queima roupa. Jaime Petit (nome do DAEFEI) foi decapitado e sua cabeça colocada em uma mochila para o mercenário provar aos militares quem era. De Lúcio Petit, não se sabe ao certo, mas estima-se que tenha sido colocado num avião e, vivo, jogado ao mar, como faziam os argentinos - os corpos portenhos apareciam volta e meia em praias uruguaias.
Segue breve histórico dos itajubenses (não necessariamente nascidos na cidade, mas com ligação ao lugar):
Maria Lúcia Petit (Maria) - ex-professora primária, participou da guerrilha com os irmãos mais velhos. Morta em junho de 1972 numa emboscada, seus restos mortais foram identificados em 1996. Junto com Bergson Gurjão, são os dois únicos guerrilheiros mortos e identificados posteriormente. Foi enterrada em Bauru, São Paulo.
Jaime Petit - engenheiro e irmão mais velho da família Petit, foi morto em combate em dezembro de 1973. Decapitado, seu corpo nunca foi encontrado. É dado como desaparecido político.
Lúcio Petit (Beto) - engenheiro e irmão do meio da família guerrilheira Petit, foi preso durante a aniquilação final da guerrilha no começo de 1974. Visto pela última vez amarrado a bordo de um helicóptero do exército, é dado como desaparecido político.
Regilena da Silva Carvalho (Lena) - mulher de Lúcio Petit, o mais velho da trinca de irmãos guerrilheiros, abandonou a guerrilha em 1972. Ferida, com os pés infeccionados e de muletas entregou-se aos pára-quedistas. Presa em Xambioá e transportada para Brasília, foi solta em dezembro de 1972, após mandar mensagem ao companheiros pedindo que se rendessem.
Lúcia Regina Martins (Lúcia) - ex-estudante de obstetrícia da USP, chegou ao Araguaia acompanhando o marido Lúcio Petit. Deixou a região para tratar de uma zoonose (Brucelose). Fugiu do hospital em dezembro de 1971, ainda antes da primeira ofensiva militar, voltando a São Paulo para viver com a família e recusando-se a voltar ao Araguaia. Só foi presa em 1974, quando a guerrilha já estava aniquilada. Foi acusada por Elza Monnerat de ter contado aos militares sobre a guerrilha, permitindo que ela fosse descoberta. Vive em Taubaté, SP.
Itajubá é conhecida também por sua faculdade de engenharia, famosa em todo o Brasil. O municipio em 2010, segundo o IBGE tinha uma população superior a 90 mil habitantes.
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