domingo, 2 de junho de 2013

ENCHENTE DEVASTOU A AVENIDA RONDON PACHECO EM 11 DE DEZEMBRO DE 1986 - "CORREIO DE UBERLÂNDIA"


A tempestade que caiu em Uberlândia na tarde 11 de dezembro de 1986 devastou os sete quilômetros da avenida Rondon Pacheco, uma das mais importantes da cidade, destruindo as quatro faixas e os 50 metros de largura. O saldo da enchente daquela quinta feira foi de seis pessoas mortas, dez desaparecidas, 50 feridas, 50 casas destruídas e cerca de mil pessoas atingidas diretamente pela força da água.

Uma tragédia jamais esquecida. A reconstrução da avenida foi um desafio que demandou tempo. Nas páginas da edição 14521 do Correio de Uberlândia, datada de 13 de dezembro de 1986, foi possível ter uma noção geral do acontecido. A manchete "A longa avenida Rondon Pacheco agora em escombros" passava uma mensagem de destruição. As reportagens traziam números oficiais e soluções previstas para a cidade.

Apos avaliação visual, as Secretaria de Obras e Meio Ambiente constatou que determinados trechos estavam com o pavimento totalmente comprometido. Por isso, algumas ruas foram usadas como meios de acesso no sentido centro bairro. A tragédia foi anunciada. Um relatório do Centro de Pesquisas do Instituto Tecnológico de São Paulo mostrava que existia a possibilidade de desmoronamentos repentinos no local e que seria importante a interdição da avenida na época das chuvas mais intensas.

O laudo foi entregue em 26 de outubro de 1986 ao então Secretário de Obras e Meio Ambiente José Francisco dos Santos um mês e meio antes da enchente. "Quando o relatório chegou, não foi novidade, porém assustou muito. Mas o momento era período de eleições políticas e acharam que estaríamos fazendo politicagem contra alguns candidatos. Diante disso, achamos por bem espetar que terminassem as eleições para divulgarmos uma nota oficial a respeito" disse na época o secretário.

Naquele período, a secretaria encomendou um estudo de uma empresa particular para recuperação da avenida.Os técnicos a empresa entregaram a proposta às 10hs e, à tarde, acompanharam a catástrofe. Após a destruição, o prefeito Zaire Rezende acompanhou pessoalmente o estado da avenida e prometeu solicitar recursos ao Ministério do Interior para reconstrução do trecho devastado.

NOTA: essa matéria foi publicada na edição comemorativa dos 74 anos do Correio de Uberlândia e nós a publicamos aqui para mostrar aos uberlandenses que esse problema não é novo e sua solução não deve estar muito próxima, mas como no Brasil o povo tem memória curta, amanhã ninguém estará lembrando que a Rondon já matou, no mínimo seis pessoas em enchentes.


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